sábado, 15 de março de 2008

A propósito da promoção e protecção de crianças e jovens em risco












Algumas reflexões apresentadas pelo Relatório de Caracterização das Crianças e Jovens em Situação de Acolhimento em 2006 (Lei n.º 31/2003, de 22 de Agosto):
12.245 é o número de crianças acolhidas no final de 2006.
86% das crianças acolhidas anteriormente mantiveram a medida em 2006.
Apenas 18,4% cessaram o acolhimento regressando ao meio natural de vida.
Relativamente à escola o quadro seguinte dá que pensar:



Pois é, dá para reflectir.

1 comentário:

Pedro Lopes disse...

Pois é meu caro, números que merecem reflecção.

Números pesarosos, que demonstram, a meu ver, duas coisas. A sociedade está mais atenta às situações que colocam as crianças e jovens em perigo, por isso surgem mais denúncias e consequentes processos de Promoção e Protecção e, por outro, a incapacidade do sistema em reabilitar (por culpa dos técnicos ou por falta de motivação dos familiares) estes pais/ familiares de modo provocar a desejada mudança, que permitir o regresso da criança ou jovem ao seu seio familiar.
Pode apontar-se, também, um terceiro factor, que tem a ver com a falta de sensibilidade por parte da sociedade, em aderir de forma clara à figura de “família de acolhimento”, (previsto e apoiado pela Segurança Social) que seriam uma boa via familiar para muitas crianças em condições de serem adoptadas, mas que, pela sua (elevada) idade ou por alguma condicionante física, se vêem privadas de um ambiente familiar, e forçadas a permanecerem em meio institucional até completarem a maioridade, ou até iniciarem um percurso profissional autónomo.

Aqui nos Açores, estamos na vanguarda no que toca a formas de trabalhar com essas famílias (refiro-me a famílias alvo de retirada de crianças para Instituição, por via de uma medida de Promoção e Protecção), de modo a capacitá-las a vários níveis, para que possam, depois de melhor preparadas, assumir de novo o projecto formativo daquela criança.

O Instituto de Acção Social dos Açores, adoptou modelos de reunificação familiar, baseados nos recentes modelos de terapia familiar, que podem, de facto, promover uma eficaz e definitiva mudança. Mas – e há sempre um mas –, este tipo de trabalho é bastante exigente e de ténues progressos, na medida em que muitos desses pais/familiares se encontram a léguas do que é actualmente exigível em termos de “cuidados básicos” a prestar a uma criança.

Há, portanto, um logo caminho a percorrer.......mas estamos no bom caminho.

Um abraço, Tiago.